É costume comemorar a finalização de etapa importante na construção de uma casa, como a armação da cumeeira.
A cumeeira, como é sabido, é a parte superior de um madeiramento sobre o qual se apóiam os cáibros ( ou pernamancas), os quais, por sua vez, receberão as ripas e, por fim, as telhas.
Tudo aconteceu com a chegada, ao meio dia, dos amigos remadores Cristine, Eduardo, Bessa e Ivan. Inicialmente, foi um brinde à base de água de côco. Posteriormente, uma caldeirada de pescada amarela, seguida de açaí colhido ali mesmo no quintal e batido na hora.
Outros motivos festejados: aniversário do Brasil, a volta do Bessa às águas, a estréia do Magelan, a chegada do Ivan em grande estilo e o retorno do Eduardo das merecidas férias.
Voltem sempre!
Fotos: http://www.facebook.com/notes/seu-pedro/motivos-de-sobra-pra-comemorar/294280907274400
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
AÇAÍ, PEIXE E DIVINDADE
Foi no domingo, naquela ilha de várzea onde o extrativismo é a principal atividade econômica.
A mulherada e a meninada estavam agitadas. Ao que pareceria estavam se preparando pra ir pro culto lá na Boa Vista. Por esse motivo o almoço seria servido mais cedo.
Alguém gritou lá do trapiche que a maré estava baixando. Alegremente, todas as gentes correram e foram ajudar a empurrar o barco que, sem essa providência, poderia ficar encalhado em terra.
Foi durante o almoço que eu aprendi que a entressafra do açaí já começou - ela vai de dezembro a abril. Mas há quem diga que ela se espicha até maio. Quem a define?
Agora, a mídia informa que o poder público definiu o período do defeso de várias espécies de pescado.
Naquela rede de supermercados o preço tá pelo olho da cara; há muito que ele é vendido a doze paus o litro, do médio.
E se aquela tal de lei da oferta e da procura funcionar o preço vai subir ainda mais, ameaçando a bela parceria do rio com a terra, do peixe com o açaí.
Só não ameaçará o encontro das gentes com a sua divindade. Rezem por nós!
A mulherada e a meninada estavam agitadas. Ao que pareceria estavam se preparando pra ir pro culto lá na Boa Vista. Por esse motivo o almoço seria servido mais cedo.
Alguém gritou lá do trapiche que a maré estava baixando. Alegremente, todas as gentes correram e foram ajudar a empurrar o barco que, sem essa providência, poderia ficar encalhado em terra.
Foi durante o almoço que eu aprendi que a entressafra do açaí já começou - ela vai de dezembro a abril. Mas há quem diga que ela se espicha até maio. Quem a define?
Agora, a mídia informa que o poder público definiu o período do defeso de várias espécies de pescado.
Naquela rede de supermercados o preço tá pelo olho da cara; há muito que ele é vendido a doze paus o litro, do médio.
E se aquela tal de lei da oferta e da procura funcionar o preço vai subir ainda mais, ameaçando a bela parceria do rio com a terra, do peixe com o açaí.
Só não ameaçará o encontro das gentes com a sua divindade. Rezem por nós!
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
ENQUANTO A CIDADE DORMIA
Para muita gente é difícil compreender porque aquelas pessoas iam
atravessar o rio naquela hora deixando para trás a comodidade de seus
lares.
Mais difícil talvez fosse entender porque um grupo decidiu ir remando na
escuridão se havia barco para o transporte dos seus caiaques.
Foram pouco mais de 14 horas de intensa vivência desde que Rodolfo Barros, da Norte Trip, às 21:42, do meio do rio postou no face via celular:
“atravessando para a ilha do Combu para a ação ambiental e revoada dos papagaios!”
O meio dia se aproximava e após duas horas de atividade nas trilhas a ação estava terminando.
Conversando animadamente membros da Equipe Água tiravam o barro dos calçados e se refrescavam sob o chuveiro.
A Equipe Terra 1, sob orientação de Seu Brasil (“o guardião da balsa”), também já cumprira a sua missão e
depositava enormes sacolas contendo material reciclável no barranco próximo à maré.
Por último, guiados na trilha pelo ilhéu Vitor (“o pescador de camarão azul gigante”), os membro da Equipe Terra 2 chegavam
sorridentes carregando imensos sacos de “lixo” por entre as mesas do restaurante.
A repórter da TV Cultura se dizia satisfeita com as imagens e entrevistas gravadas para o programa “Sementes”.
Estimulada pelo que via a professora e pesquisadora do Museu Emílio Goeldi se ofereceu para ministrar oficinas de reaproveitamento do material recolhido.
Seus alunos pareciam radiantes.
Muito tranqüilos os voluntários estrangeiros (um francês e uma suíça) pareciam felizes com a experiência na várzea do rio Guamá.
Enquanto a metrópole dormia esses mesmos aventureiros e amantes da natureza já haviam estado, horas antes, na ilha dos papagaios.
Uns viram e fotografaram o nascer do sol empoleirados no barco de apoio.
Houve até quem não resistisse ao mergulho ali na foz do rio Acará. Outros preferiram uma prainha de várzea para assistir o show da natureza.
Eles não se contiveram e circunavegaram a ilha em seus caiaques multicoloridos.
E mal a ação encerrou na comunidade Beira Rio, um morador de uma ilha vizinha se levantou de uma mesa perguntando:
- Será que vocês não poderiam fazer uma coisa igual a essa na minha comunidade, ali no furo São Benedito?
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