segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MOTIVOS DE SOBRA PRA COMEMORAR

É costume comemorar a finalização de etapa importante na construção de uma casa, como a armação da cumeeira.

A cumeeira, como é sabido, é a parte superior de um madeiramento sobre o qual se apóiam os cáibros ( ou pernamancas), os quais, por sua vez, receberão as ripas e, por fim, as telhas.

Tudo aconteceu com a chegada, ao meio dia, dos amigos remadores Cristine, Eduardo, Bessa e Ivan. Inicialmente, foi um brinde à base de água de côco. Posteriormente, uma caldeirada de pescada amarela, seguida de açaí colhido ali mesmo no quintal e batido na hora.

Outros motivos festejados: aniversário do Brasil, a volta do Bessa às águas, a estréia do Magelan, a chegada do Ivan em grande estilo e o retorno do Eduardo das merecidas férias.

Voltem sempre!

Fotos: http://www.facebook.com/notes/seu-pedro/motivos-de-sobra-pra-comemorar/294280907274400

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AÇAÍ, PEIXE E DIVINDADE

Foi no domingo, naquela ilha de várzea onde o extrativismo é a principal atividade econômica. 

A mulherada e a meninada estavam agitadas. Ao que pareceria estavam se preparando pra ir pro culto lá na Boa Vista. Por esse motivo o almoço seria servido mais cedo.

Alguém gritou lá do trapiche que a maré estava  baixando. Alegremente, todas as  gentes correram e foram ajudar a empurrar o barco que, sem essa providência, poderia ficar encalhado em terra. 


Foi durante o almoço que eu aprendi que a entressafra do açaí já começou - ela vai de dezembro a abril. Mas há quem diga que ela se espicha até maio. Quem a define? 

Agora, a mídia informa que o poder público definiu  o período do defeso de várias  espécies de pescado. 

Naquela rede de supermercados o preço tá pelo olho da cara; há muito que ele é vendido a doze paus o litro, do médio. 

E se aquela tal de lei da oferta e da procura funcionar o preço vai subir ainda mais, ameaçando a bela parceria do rio com a terra, do peixe com o açaí. 
 Só não ameaçará o encontro das gentes com a sua divindade. Rezem por nós!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ENQUANTO A CIDADE DORMIA

Para muita gente é difícil compreender porque aquelas pessoas iam atravessar o rio naquela hora deixando para trás a comodidade de seus lares.
Mais difícil talvez fosse entender porque um grupo decidiu ir remando na escuridão se havia barco para o transporte dos seus caiaques.

Foram pouco mais de 14 horas de intensa vivência desde que Rodolfo Barros, da Norte Trip, às 21:42, do meio do rio postou no face via celular:
“atravessando para a ilha do Combu para a ação ambiental e revoada dos papagaios!”

O meio dia se aproximava e após duas horas de atividade nas trilhas a ação estava terminando.
Conversando animadamente membros da Equipe Água tiravam o barro dos calçados e se refrescavam sob o chuveiro.

A Equipe Terra 1, sob orientação de Seu Brasil (“o guardião da balsa”), também já cumprira a sua missão e
depositava enormes sacolas contendo material reciclável no barranco próximo à maré.

Por último, guiados na trilha pelo ilhéu Vitor (“o pescador de camarão azul gigante”), os membro da Equipe Terra 2 chegavam
sorridentes carregando imensos sacos de “lixo” por entre as mesas do restaurante.

A repórter da TV Cultura se dizia satisfeita com as imagens e entrevistas gravadas para o programa “Sementes”.
Estimulada pelo que via a professora e pesquisadora do Museu Emílio Goeldi se ofereceu para ministrar oficinas de reaproveitamento do material recolhido.
Seus alunos pareciam radiantes.

Muito tranqüilos os voluntários estrangeiros (um francês e uma suíça) pareciam felizes com a experiência na várzea do rio Guamá.

Enquanto a metrópole dormia esses mesmos aventureiros e amantes da natureza já haviam estado, horas antes, na ilha dos papagaios.
Uns viram e fotografaram o nascer do sol empoleirados no barco de apoio.
Houve até quem não resistisse ao mergulho ali na foz do rio Acará. Outros preferiram uma prainha de várzea para assistir o show da natureza.
Eles não se contiveram e circunavegaram a ilha em seus caiaques multicoloridos.

E mal a ação encerrou na comunidade Beira Rio, um morador de uma ilha vizinha se levantou de uma mesa perguntando:

- Será que vocês não poderiam fazer uma coisa igual a essa na minha comunidade, ali no furo São Benedito?

PÉTALAS


Elas podem ser vistosas, grandes, coloridas ou reduzidas
Podem estar unidas entre si ou livres
São sempre partes constituintes das flores
Foi no final de novembro
Eles desceram as águas esverdeadas
E esperando pacientemente jovens remadores e remadoras
Ficaram se exibindo como pétala multicolorida
Assim vejo a canoagem entre nós - juventude em flor